Por Elisabete Fernandes Almeida
As pessoas não precisam estudar a biologia do estresse para compreender como ele afeta suas vidas. Sabendo o desequilíbrio que ele provoca, é possível entender algumas das formas pelas quais a vida é modificada pelo estresse.
O primeiro passo é identificar a que o estresse indesejável está relacionado. Podemos avaliar, então, como ele influencia seu organismo, suas emoções e sua forma de pensar.
O ESTRESSE FÍSICO OU EXTERNO
O estresse físico ou externo, aquele que afeta o próprio corpo, é o mais evidente e fácil de identificar. Quando as pessoas trabalham muito, ficam acordadas até tarde ou comem e bebem demais sentem os efeitos físicos diretos destas ações. Apresentam uma tendência a dormir mal, sentido-se cansadas e doentes. No entanto, é mais difícil corrigir este tipo de problema do que ter uma dieta alimentar saudável ou dormir mais.
Quando se tem uma doença, mesmo as menos graves, como uma gripe ou resfriado, torna-se evidente que o estresse físico afeta o seu bem-estar e a sua qualidade de vida. A maioria das doenças graves provoca estresse na vida de qualquer um, e alguns médicos acreditam que esta associação é um dos principais obstáculos para uma boa recuperação.
O ESTRESSE EMOCIONAL OU PSICOLÓGICO
O estresse emocional ou psicológico pode parecer menos concreto, mas tem a mesma relevância para a saúde e para o bem-estar do individuo. Apesar da dificuldade de identificar os fatores determinantes deste tipo de estresse, trata-se de uma etapa fundamental, uma vez que seu impacto no bem-estar das pessoas pode ser até maior que o do estresse físico.
Os indivíduos solitários, deprimidos e infelizes apresentam uma maior chance de desenvolver doenças e uma menor tendência a praticar atividades que lhes proporcionam prazer. Quando as pessoas são submetidas a uma carga de estresse superior a que podem suportar, ficam muito mais vulneráveis à depressão e à ansiedade.
Pode ser difícil identificar o estresse psicológico, mas ele costuma deixar as pessoas desconfortáveis, culpando algum fator exógeno pela sua situação. Lidar com isso em vez de ser consumido por ele é algo que requer um trabalho psicológico importante. Em geral, o primeiro passo é olhar para os seus próprios sentimentos e se perguntar, com sinceridade, o que está causando este problema interior.
O ESTRESSE E A CAPACIDADE DE CONCENTRAÇÃO
O estresse também afeta a forma de pensar das pessoas. Quando os indivíduos estão muito estressados, particularmente ansiosos ou deprimidos, sua capacidade de pensar com clareza e objetividade pode ser comprometida.
As pessoas podem parecer menos capazes ou mais fracas do que realmente são além de acharem que a sua situação é muito pior do que realmente é. Pode ser difícil identificar estas alterações sutis e fica fácil crer numa idéia sem sentido, como se sentir completamente inútil, uma vez que os sentimentos envolvidos são verdadeiros, refletindo um sentimento verdadeiro de desespero e falta de esperança.
É fácil aceitar este tipo de pensamento, uma vez que ele é acompanhado de uma emoção e um modo de agir compatível. As pessoas costumam negar que a sua forma de pensar seja afetada pelos seus sentimentos, tornando-se mais difícil resolver os problemas quando se acredita nestas idéias negativas. Dessa forma, os indivíduos se tornam menos capazes de avaliar criticamente a sua situação e buscar uma melhora.
No caso dos deprimidos, algumas vezes parece mais fácil se entregar ao desespero do que lidar com os problemas reais. A única maneira de saber se uma idéia é verdadeira é fazendo uma análise cuidadosa.
OBS:
A autora desse artigo, Elisabete Fernandes Almeida, é escritora e editora médica, com especialização em Projetos de Educação Médica Continuada. É presidente da Latin-Med Editora Médica, editora médica da Conexão Médica, diretora do departamento de Educação Médica para Leigos da Associação Paulista de Medicina e atua em vários sites médicos.
Dúvidas e sugestões sobre esta coluna devem ser encaminhadas para o e-mail ceoelisabete@latinmed.com.br
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